Q&A com M.Shadows

09-10-2013 21:00
M. Shadows participou de um Q&A (questions and answers) com o pessoal do Current:
 
 
M. Shadows, cantor do Avenged Sevenfold, conversou com Current de Chicago. A banda toca domingo, no AT&T Center, com Deftones e Ghost B.C.
 
Primeiro de tudo, me fale tudo sobre tocar no Rock in Rio, no Brasil.
Oh, sim. Esse é um dos sonhos que jovens bandas têm: tocar no Rock in Rio um dia. Nós somos sortudos o suficiente para tocar com Iron Maiden. Eu não costumo ficar nervoso em shows, mas este foi o que eu realmente queria, porque eu sabia que muitas pessoas iriam assistir a gente on-line e nós temos uma forte base de fãs no Rio de janeiro, por isso queria quebrar tudo nesta noite.
 
Você acha que o Avenged Sevenfold sofreu com a sindrome da banda de sucesso? Digo, vocês parecerem serem amados ou pelo menos respeitados pelos críticos até você começarem a vender mais álbuns...
Você não pode ser tudo de uma vez. Sempre haverá pequenas facções de pessoas que tem muita voz em sua opinião sobre quando você não é exatamente o que eles querem que seja. Quando começamos como uma nova banda na cena hardcore de Orange County, tão logo começamos a notar de que, todos aqueles jovens não poderiam ir aos nossos shows. Eles nos odiavam porque nós cantamos e fomos um pouco mais melódico. Mas o que acontece. Éramos uma banda legal para assistir na Warped Tour, mas se você perguntar a esses jovens agora, eles irão dizer: Não, o Avenged Sevenfold não é uma banda da Warped; são um saco. ou Eles são muito grandes, marqueteiros. Quanto maior você fica, você consegue isto. Então, apenas escrevemos música que queremos escrever, saímos em turnê, fazemos a produção que queremos, e basicamente vivemos em nossa própria pequena bolha. Nós realmente não nos importamos com o que dizem.
 
Se eles gostarem, ótimo. Se não...
Eu acredito fielmente que as pessoas não sabem o que querem até que as coisas chegam. Há pouquíssimas bandas que eu escuto que continuam escrevendo as mesmas coisas álbuns e álbuns, sendo um AC/DC, outro um NOFX, eles sempre fazem o mesmo e eu adoro eles, mas a maioria das outras bandas eu cai de amores com isso, porque eles fazem as mesmas coisas mas não me mudam ou me desafiam. Isso é o que queremos fazer com a nossa banda: mover você em caminhos em que necessariamente não pensam que queria. Você deve dar às pessoas coisas que as assustam um pouco, jogam fora mas depois acostuma. É assim que as coisas evoluem.
 
Essa filosofia de dar às pessoas o que elas não sabem que querem não poderia ser mais Steve Jobs. Você usa um Mac por acaso?
Eu uso um Mac, sim!
 
A banda alcançou seu maior sucesso depois de duas tragédias: a morte de seu baterista (Jimmy The Rev Sullivan), em 2009, e de 2001 com a tentativa de suicídio do baixista Justin Sane, que teve que deixar a banda. Vocês quase acabaram, mas você continuaram juntos.
É um testemunho para os nossos fãs. Eles estiveram conosco durante tudo aquilo. Quando Jimmy morreu foi muito, muito difícil. A razão pela qual nós pensamos de acabar não foi porque não queríamos tocar música um com o outro, mas não tínhamos certeza de continuar com o nome Avenged Sevenfold, considerando-se de como igual [Jimmy] estava conosco tocando/criando. Eventualmente, decidimos que a melhor maneira de continuar o legado foi o de continuar. Para mim, é apenas tudo sobre o quanto você pode manter sua cabeça fora de tudo isso que os outros pensam de você e escrevendo músicas que você quer escrever e produzir os álbuns que você deseja gravar e colocá-lo a venda.
 
E o grito foi para sempre?
[pausa] Eu não sei, sabe? É uma daquelas coisas, nós não escutamos banda que gritam. Eu fiz quando eu estava no colégio e eu meio que cresci com isso. Talvez eu escutarei um ou dois. Eu prefiro ouvir Iron Maidens e Metallicas do mundo do que as bandas de death metal. Para mim, isso não faz sentido.
 
Fale-me sobre sua relação com Mike Elizondo, que produziu dois álbuns consecutivos para a banda depois de anos de auto produção. 
Nós nunca encontramos aquele sexto membro que estávamos procurando até encontrarmos Mike. Nós estávamos abertos para formar ideias com diferentes pessoas, mas não queríamos trabalhar com ninguém. Mas o Mike veio com todas essas ideias e um amplo conhecimento do metal. Ele sabia absolutamente tudo sobre a nossa banda. Ele cresceu basicamente nas favelas de L.A e tudo o que ele sempre fez foi tocar em bandas de metal progressivo. Sua maior influencia é Keith Harris do Iron Maiden. Nós nos demos bem e começamos a formar ideias. Nós concluímos que ele poderia dar alguma coisa pra banda e nós podíamos confiar nele. Quando Kimmy morreu ele esteve conosco o tempo todo e nós formamos uma amizade que é muito valiosa para esta banda. Nós fizemos duas gravações e esperançosamente nós continuaremos.
 
Quem é o Rei do qual você fala no último álbum? 
Um cara que destrói tudo pra criar um império. A história humana sempre mostrou a nós pessoas como adorar, aos pés da pessoa que nos lidera. Para nós, aquilo era uma coisa muito intrigante, para pegar gente pra ir para a guerra por nós. Nós nunca conseguimos passar a ideia de todos serem iguais, nós sempre temos alguém nos liderando. Então nós apenas escrevemos uma história com a vibração do Game of Thrones, século 18, um rei louco que destrói seu povo. Não há realmente um rei, você pode fazer dele quem você quer que seja. Pode ser a fama, Deus, ou nenhum deles.
 
Falando de Deus... 
(interrompendo) Absolutamente não. Eu não acredito nessas coisas. (risos) Eu tento não ligar nisso porque muitos dos nossos fãs são Cristãos e muitos não são. Eu tenho minhas próprias crenças, mas eu não acredito em nenhum tipo de religião atualmente. Mas nós definitivamente não somos uma banda Cristã.
 
Vocês não tem tocado em San Antonio desde 2008. Nós gostamos de pensar em nós mesmos como uma capital do metal. Como vocês veêm a gente? 
Absolutamente, nós amamos San Antonio. Não somos uma banda hip, bandas hip vão pra Austin e fazem suas coisas.. É meio engraçado. (risos) Mas para nós, San Antonio é uma das capitais do metal. Tudo, Texas, Houston, Dallas e ainda além, Arizona, New Mexico, há tantos metaleiros lá. Toda vez que nós tocamos em SA é muito intenso, e tem tanta história... Ozzy e tudo aquilo. Nós não tocamos lá há um tempo e estamos muito animados. Nós temos uma produção muito bacana e as pessoas vão se surpreender com isso. Mas eu também estou animado com os Deftones e eu espero que as pessoas venham logo, porque Ghost[B.C] é uma banda surpreendente.
 
 

Créditos: Missing In Action - A7X FC