Metal Edge Magazine entrevista Arin

07-05-2014 23:12

A Metal Edge Magazine publicou em abril uma matéria com  Arin Ilejay e o baterista do Black Veil Brides , Christian Coma. Confira a entrevista completa traduzida pela equipe do Avenged Brasil:

 

 

“Nesta última parte do Big Gigs I, uma entrevista com duas das mais brilhantes estrelas em ascensão do metal. Ambos Arin Ilejay do Avenged Sevenfold e Christian Coma do Black Veil Brides são, sem dúvida alguma, fãs da arte em forma e podem carregar isso por eles mesmos quando se trata de alta energia, destruindo em suas performances de bateria, mas eles têm algo a mais em comum. Os dois estavam prestes a desistir de suas carreiras como bateristas quando “pousaram” nos maiores shows de suas vidas.“

Atom Willard: Arin, como você veio a juntar-se à banda?

Arin Ilejay: “Houve um teste de audição, mas aconteceu de uma forma estranha. Quando minha outra banda, Confide, estava no estúdio gravando um disco, um cara chamado Mike Fasano nos ajudou com o som da bateria. Após isso, nos tornamos amigos. Mike já havia trabalhado com toda a parte técnica no estúdio em álbuns do A7x, e definitivamente, ele foi minha conexão com a banda. Então, depois de ter tocado por dois anos na Confide, eu saí. Fiquei em casa por uns tempos e Mike me chamou para tocar para uma banda, a Rocket Summer. Nessa hora, eu não queria fazer nada, sabe? Eu só queria parar de viajar em turnês, ficar em casa, me casar e arrumar um trabalho normal.”

 

AW: Você continuaria, mas não como um plano de carreira?

AI: “Sim. Eu cresci tocando na igreja, no meu quarto e tal, então fiquei feliz por poder continuar assim. Eu nunca quis ser um “grande baterista”, nem nada disso. Eu gostava de fazer umas sessões, ficar em casa e ter uma vida normal. Depois de ficar em casa por dois anos, recebi uma mensagem do Mike F. perguntando se eu queria tentar uma chance com o A7x, e eu fiquei tipo: “Não, não mesmo, isso não está acontecendo.” Então, pensei: “Eu posso tentar, se eu não for bom, tanto faz.””

 

AW: Você era um fã da banda?

AI: “Sim, eu era!”

AW: Você estava “em forma” para tocar nessa época, ou teve que se preparar antes do teste?

AI: “Olha, cara, definitivamente eu tive que fazer várias coisas. Eu estava trabalhando para uma companhia chamada ‘TRX Cymbals’ na época, como gerente de relações artísticas. Eu estava me divertindo apenas indo a shows e conversando com bateristas sobre as coisas da TRX. Eu não estava tocando muito, e também, com a Confide, eu tocava apenas com um quite de 4 peças hi-hats e crash/ride para pratos. Então eu precisei me acostumar a tocar mais coisas. Mike me ajudou muito, ele realmente me ajudou a manter o foco e organizar minhas prioridades. Eu tive mais ou menos duas semanas para aprender as quatro músicas para o teste de audição. Mike fez eu me demitir e, basicamente, me patrocinou, tanto financeiramente como emocionalmente. Ele perguntou o que eu fazia na TRX e disse: “Tudo bem, eu vou te pagar para que você pratique e se prepare.” Ele teve muita fé em mim, falava que eu era o cara certo para o trabalho e que ele estava disposto a conseguir isso pra mim.”

AW: Que bom que você teve um mentor.

AI: “Ele é uma ótima pessoa. É engraçado porque nós meio que apenas mantivemos contato ao longo dos anos, mas ele realmente acreditou em mim, uma verdadeira dádiva. Ele dizia: “Você é incrível e vai conseguir.” Você ficaria surpreso se soubesse como as coisas podem acontecer quando você simplesmente acredita que vão acontecer e repete isso pra você mesmo várias vezes.”

AW: Então, energia e atitudes positivas tomaram longo caminho.

AI: “Então, o Mike me treinou, pois estaria em meio a uma situação bastante singular, já que os caras da banda prefeririam não estar tomando aquela posição de maneira alguma (por terem perdido o baterista original, Jimmy “The Rev” Sullivan), e eu tive de ser sensível quanto a isso. Foi um teste bem reservado, apenas duas pessoas além de mim tentaram, então foi algo bem difícil e delicado. Quando eu cheguei lá, estava aterrorizado. Eu sabia que seria muito difícil para eles estarem tocando com outras pessoas. Também percebi que não íamos falar muito, então eu ajudei a montar o set da bateria. Eles perguntaram o que eu queria tocar primeiro e eu decidi que ia tocar a mais difícil primeiro (“Beast and the Harlot”). Eu fiz o meu máximo, era o que eu podia fazer, tocar da melhor forma possível. Após o primeiro minuto, meus braços pareciam macarrões.”

 

AW: Você tinha se aquecido?

AI: “Sim, eu tinha feito o meu máximo, mas ainda era cedo e minha mente estava contra mim. Eu só queria conseguir.”

AW: Você há havia feito um teste antes disso?

AI: “Eu só havia feito um, e foi uma apresentação em vídeo para a Ke$ha, o que obviamente não deu certo.”

AW: Quanto tempo você esperou até descobrir que já tinha um show marcado?

AI: “Por volta de um mês. Eles ainda não tinham certeza se eu ia ser “o cara” e eu sei que foi algo muito difícil para a banda, então eu tentei ser paciente. Além disso, a transição entre Mike Portnoy e eu não era algo com o que eles já haviam lidado antes, então tentei ser compreensivo quanto a isso também. Simplesmente tentei ser positivo.”

AW: Um mês pode parecer um período muito longo.

AI: “Eu estava saindo de um longo período de coração partido devido ao término de um noivado, e chegando ao ponto em que era contente de apenas viver o momento e estar vivo. Eu fui cristão devoto a minha vida inteira e amo muito a Deus. Ele é o meu salvador, então subir naqueles palcos com Ele é bem melhor pra mim.”

AW: Resumindo, deu tudo certo. Você está satisfeito com o seu trabalho no novo álbum?

AI: “Honestamente, devo dizer que amo esse álbum agora, absolutamente. Quando estávamos trabalhando nas músicas, eu realmente não sabia o que estava acontecendo, porque esse álbum é muito diferente do último (musicalmente), e eu tive que simplesmente confiar que eles sabiam o que era melhor, e eles sabiam. Estranhamente, eu tive que reaprender a tocar bateria para gravar esse álbum.”

AW: Como assim?

AI: “Bem, enquanto eu crescia, meu pai sempre me pôs pra ouvir música como Earth Wind and Fire, e coisas de Dave Weckl e Steve Gadd. À partir daí meus gostos evoluíram. Comecei a gostar muito de My Chemical Romance, The Mars Volta e Incubus. Cara, Incubus foi uma ENORME influência para mim enquanto crescia. Então, meus gostos musicais nunca foram tipo Pantera, Iron Maiden, Metallica ou Megadeth, e o álbum foi feito seguindo esse estilo. É um álbum meio nostálgico, que conecta a geração mais velha à geração mais nova. Preenche a lacuna, então eu tive que reaprender.”

AW: Foi feita uma abordagem mais aprofundada?

AI: “Sim, uma frase que usamos muito foi “caveman fill” (preenchimento homem das cavernas), ou seja, grande e espaçoso. Eles queriam que eu me encarregasse dos preenchimentos, e para ser honesto, eu não entendia esse conceito até que chegamos ao estúdio de gravação. Eu tentei pensar na forma como o The Rev tocaria, que tipo de preenchimento ele faria, porque eu não queria que os fãs me odiassem. Acho que consegui. Já fui fã de bandas que trocaram de bateristas, e o novo baterista sempre tem que deixar sua marca. Isso definitivamente muda o som da banda, e esse pensamento foi se concretizando em minha mente enquanto trabalhávamos. A forma como esse álbum foi feito e editado dependia completamente dos preenchimentos sendo abertos e espaçados. Para que conseguíssemos esse grande som, as batidas precisavam ser singulares, pronunciadas e projetadas. Então, quando eu atingi esse nível, fui capaz de melhorar as execuções dos preenchimentos e os caras ficaram muito felizes na sala de controle.”

AW: Deve ter se sentido muito bem por finalmente conseguir a aprovação dos fãs.

AI: “Sim, finalmente posso me encaixar. Agora eu realmente posso fazer a minha marca. Agora eu realmente posso ‘ser’, porque por algum tempo, eles não sabiam se eu queria mesmo aquilo. Estamos muito felizes agora, juntos. Eu amo esses caras e eles me amam; isso é ótimo! Eles já me oficializaram como um membro da banda e na verdade isso foi a melhor coisa nesses últimos meses, nos tornamos família.”

 

AW: Parece que algumas bandas nunca alcançam esse privilégio.

AI: “Família é muito importante para nós e o aspecto do compromisso também. O processo de escrita de um álbum é um exemplo perfeito disso. Eu não estava exatamente concordando com todas as decisões sobre a direção que o álbum estava tomando, mas eu fiquei tipo: “Confio em vocês e farei o que acharem que é melhor.” Eu achava chato não poder simplesmente ‘destruir’, mas deixei isso de lado e decidi adotar a melhor atitude que podia. Todos nós acreditamos no A7X. Não há espaço para egos. Não é sobre um só membro e todos nós apoiamos e trabalhamos para o A7X como um todo.”

AW: Nos fale sobre o seu set.

AI: “Esse novo set de bateria é realmente maravilhoso, é um sistema Collector SSC e tem um som incrível! Os bumbos parecem canhões! Tenho agora dois bumbos 20x22”, o que nunca tive antes. Tento montá-lo um pouco mais raso para que se posicione de forma mais baixa e eu seja mais bem visto. Adicionei outra pilha de pratos, semelhantes ao set de Thomas Pridgen. Tem um acabamento Black Velvet FinishPly com detalhes dourados. Também tenho uma combinação 8x14” VLX e uma armação de aço 6.5x14”. É como um tesouro no meio do palco e é isso que deve ser representado. Estou basicamente tocando em diamantes, joias e rubis.”

AW: É a primeira vez que estarão tocando alguma das músicas novas ao vivo?

AI: “Não, já estamos tocando algumas. Na verdade, ainda não vi a set list dessa turnê.”

AW: Que bom que vocês mudam a set list.

AI: “Tentamos fazer isso de turnê em turnê. Digo, muitas vezes tocamos as mesmas músicas porque gostamos de dar aos fãs o que eles querem. Mas também tentamos introduzir as músicas mais novas. Nós temos um novo palco com efeitos de fogo e coisas desse tipo, então é um show totalmente diferente.”